sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O sorriso inocente! part. 7


A palavra superação já não existia mais em meu vocabulário e muito menos em minha vida, tudo havia se acabado e não tinha mais volta. Lúcia sumiu de minha vida, não deu noticias, não quis explicar e eu não sei se queria saber a verdade. Tranquei-me em meu quarto e por lá fiquei dias, fazendo companhia à solidão, ou será que ela que me fazia companhia? Não sei ao certo, mas que ela estava sempre ao meu lado, ela estava. Os dias se passavam e eu não conseguia acompanhar o tempo, para mim aquele dia não havia acabado ele permanecia em minha mente e custava sair, porque até quando eu dormia, em meus sonhos ele aparecia para me atormentar, me machucar. Na escola ninguém falava comigo, mas eu não estava nem ai, eu não queria falar com ninguém, eu apenas queria ficar em meu quarto com minha nova amiga solidão que parecia ter feito amizade eterna. Sentada na beira da piscina de minha casa, eu olhava para água e via meu reflexo; havia tanta mudança, meu olhar era triste, minha boca não sorria mais e às vezes era um sorriso falso, minhas feições eram de alguém que não tinha mais vida, não tinha mais esperanças e era assim que eu estava. Olhando cada detalhe de meu rosto naquele reflexo, não senti alguém sentando ao meu lado, quando dei por mim, minha mãe estava ao meu lado e meu pai logo atrás, os olhei e vi que minha vida iria piorar. Minha mãe me entregou algumas fotos de Lúcia quando estávamos juntas e isso me lembrou que meus pais não sabiam de nada, eu não tinha contado sobre mim; se fosse em outra época, eu entraria em desespero, mas agora que minha vida não tinha mais sentido, eu não ligava muito para o que pensavam. Meu pai colocou uma mala do meu lado e saiu de perto, minha mãe levantou e apenas disse “Não quero você na minha casa, agora sim passou dos limites, quando eu voltar, não quero você aqui”, e então saiu junto de meu pai e me deixaram ali. Eu havia me enganado; eu entrei em desespero, eles eram os únicos que eu tinha os únicos que eu pensei que poderia me apoiar e eles se foram, eles não me amavam como eu pensava. Joguei as fotos na água junto com a mala, comecei a chorar e vi que não tinha mais jeito para mim, minha vida já era; me levantei e pulei na piscina. Olhei para as formas que meu vestido fazia embaixo d’água e fechei os olhos. O ar foi acabando, a água entrava pela minha boca e nariz e a sensação era boa, era o fim, finalmente aquela dor chegava ao fim.

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